segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Viciada em Jorge Vercilo??
Não.
Só achando quem traduz um pouco do que penso, em canções.
Mais uma música que conheci agora.
Estranho, mas ela fala sobre o amor.
Amor que eu queria sentir por você.
Ou que eu finjo sentir.
Talvez realmente sinta e não assuma.
Quem sabe assuma mas não compreenda.
E mesmo que eu não cante bem,
Receba com carinho quando ouvir eu cantar ela para você!

Fácil de Entender

Eu não sou mais o mesmo sem você
Mas não é tudo que tenho a falar
Eu apenas queria me esconder
Hoje sei que ferir foi calar.
As pessoas tem medo de se abrir
E acabarem se machucando.
Eu levei tanto tempo pra falar
Mas agora estou tentando.

É fácil de entender

Difícil de explicar,
Mas tenho que dizer
Te amo

Eu te amo a cada respirar,
Cada dia, cada segundo
Eu te amo na noite de luar
Meu amor quer gritar ao mundo
Como um canto que cobre o amanhecer,
Um encanto que atinge tudo,
Um vulcão esquecido por você
E escondido lá no fundo de mim


É fácil de entender

Difícil de explicar,
Mas tenho que dizer

Te amo

Eu quase não saio, eu quase não fico,
Não dá pra entender
Eu quase não caio no sonho de Icaro,
Eu quase não brigo, eu quase não erro.
Não dá pra entender
Eu quase não vivo o Abra-te Sésamo

É fácil de entender

Difícil de explicar,

Mas tenho que dizer
Te amo

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Um pouco de música, porque elas rondam meu coração, batem lá dentro e voltam.

Devaneio
(Jorge Vercilo)


Mergulhei no mar
E não dava pé
Me apaixonei
Mas não sei por quem
Sonho com alguém
Que você não é

Eu me entreguei demais
Eu imaginei demais
E o silêncio fala mais que a traição
Foi um devaneio meu
Um veraneio seu
E um outono inteiro
Em minhas mãos

Vi um sol nascer
Pelos olhos seus
Me deixei levar
Eu não refleti
Que era a luz dos meus
Refletida em ti

Eu me entreguei demais
Eu imaginei demais
E o silêncio fala mais que a traição

Foi um devaneio meu
Um veraneio seu
E um outono inteiro em minhas mãos

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

22 anos


Nem acredito, já estou aqui.
Mais um aniversário, do jeitinho que eu gosto, talvez precisasse de mais silêncio e mais horas dormindo. Dia gostoso, chuvinha...
Estou passando mal de verdade, deve ter sido providência divina, para eu me aquietar e comemorar à minha maneira.
Quieta, refletindo, analisando e avaliando.

Sei que a grande maioria não entende porque eu gosto das coisas assim.
Eu só posso dizer que gosto, sinto prazer, sinto alegria, é a maneira que aproveito melhor o "meu dia".
Afinal, vivo 364 dias fazendo festa, preciso escolher um dia para parar e ver onde estou e para onde quero ir. Esse dia é hoje.

É...acho que já tive tempo para aprender algumas coisinhas. Outras muitas eu ainda vou quebrar a cara para aprender. Estranhamente, quero compartilhar isso por aqui, porque estou cansada o suficiente para escrever de próprio punho no meu diário de momentos extremamente especiais.

*Família: aprendi desde cedo que quando eu caia, meus pais que estariam por perto para me levantar. E se não estivessem, teria alguém em quem eles confiassem para fazer isso. Ultimamente meu pai tem me ensinado muito a sonhar, diz que estou vivendo o momento certo para ter sonhos altos, e ele tem me dado ferramentas para que eu posso realizá-los. Minha mãe sempre foi a mulher mais linda do mundo para mim, até porque dizem que pareço com ela!! Meu pai é o cara com quem eu casaria, se houvesse um igual à ele hoje em dia. Meus irmãos são meus estresses, mas são meus defensores. Sei que quando estiver em apuros, eles vão me socorrer.

*Amigos: talvez eu seja amiga de muitos, mas os meus são os poucos e bons. Não é que as pessoas tenham valores diferentes para mim. Amor é amor... Mas cada amigo que descubro, se encaixa em uma fase, momento, situação específica. Não saio contando meus segredos, se é que eu os tenho. Talvez eu tenha mistérios, que nunca serão desvendados. Em todo caso, aprendi a amar as pessoas, estou tentando quebrar barreiras e preconceitos que crio nos primeiros encontros. Também estou reduzindo as minhas expectativas. Primeiro, porque eu sempre sou a primeira a frustrar, segundo, porque sempre coloco padrões muito altos. Enfim, ao longo dos anos vejo que amizades não dependem de morar perto, contar todos os segredos, saber o que comeu no almoço, estar do lado na hora da crise... Amigos são duas almas ligadas que apenas sentem! Seja sentir a dor de quem está milhas distante, seja sentir alegria por alguma conquista, seja sentir raiva por alguma burrada, seja rir sozinha por alguma história já vivida, seja querer ter alguém perto para rir junto daquela piada interna, seja fechar os olhos e ver o rosto, seja ficar hipnotizado olhando fotos de momentos únicos, seja apenas amizade! Ao longo dos meus 22 anos, entendi que amigos são assim, estarão ou não com você quando se precisa, mas sempre surge alguém como um anjo na hora exata.

*Convivência: para isso não precisei me esforçar muito. Nunca gostei de entrar em discussões, prefiro apaziguá-las. As vezes parte de mim quer se meter onde não foi chamada... tento segurar minhas rédeas para não interferir. Entendi que não vale a pena me queimar por pouco. Depois de alguns dias, a poeira sempre baixa, os apaixonados voltam aos beijos, os amigos voltam aos segredos, só quem se meteu é que se ferra. Muito difícil calar quando se vê as coisas que ninguém vê. Vou tentar não me omitir, mas não cair na besteira de meter minha colher em panelas alheias. Linha tênue...quem sabe aos 80 eu consiga.

*Estudos: sempre fui metida à nerdzinha da família. Infelizmente não era a cruz que eu queria carregar. Não queria ter boas notas por obrigação ou para jogar na cara dos meus irmãos. Isso pode dar até um certo prazer, mas na hora do vestibular não serviu de nada. Um dia gritei que nunca mais ia fazer vestibular na minha vida. Resultado: passei! Foi um desafio encantador, motivador. Também foi o que me fez sentir o gostinho de "sou capaz". Hoje sei que posso ir além de vestibulares. Finalmente sei o que quero e qual é a minha vocação. Tenho alegria e prazer nisso... Depois de uma formatura, quero muitas outras. Vou lutar para conseguir. Não quero nunca deixar para trás isso. Sou muito grata aos meus pais que cobraram muito de mim, isso não deixou trauma, deixou força! Graças aos estudos vou conseguir alcançar meus sonhos. E tenho uma certeza, meus estudos me levarão à lugares onde nenhuma pessoa pode me levar.

*Histórias: a vida é feita delas. Tem dias que fico frustrada por perceber que minha memória já falha e não consigo lembrar de todas quanto gostaria. É até difícil de acreditar que aos 22 anos tenha muitas coisas para contar, mas fico muito contente ao ver que tenho. Muitas histórias, muitas pessoas, muitos caminhos, muitos lugares, muitos eventos e acontecimentos, que um dia cairão no esquecimento. Sou feliz por ter vivido ao máximo cada uma delas. Desde a minha infância, do dia em que me joguei da cadeira e me cortei, até o dia que usei a sandália da Xuxa que mudava de cor no sol, ou quando caminhei com os pés descalços no asfalto quente do meio dia, aos jogos de futsal, e também a viagem com as MR, ou a despedida na praça dos 500 anos, bem como o retorno na praça dos 500 anos, inesquecível...passando pelos acampamentos, bailes de formatura, melâncias com guaraná, banhos de chuva, autógrafos e tietagens, declarações de amor e até as cartas que nunca enviei. São histórias...algumas registradas, outras que levarei comigo para o caixão. Histórias que mesmo que eu esqueça, um dia me fizeram feliz, me fizeram triste, me fizeram viver e dizer: valeu a pena!

*Animais: como eu os amo. Inevitável não lembrar quando eu sentava nos fundos da casa e contava meus segredos para o Yoshi. A vizinha pensava que tinha visitas em casa, e era apenas meu diálogo com ele. Antes dele já passou por mim o Lobo, que lambia meus pézinhos de criança. O Bob, lindo que foi roubado. As galinhas, que ganhei na pré-escola, que engraçado, era o Romeu, a Julieta e seus filhinhos, como eu era bobinha naquele tempo. Um dia chegou o Yoshi, que está aqui até hoje. Não quero nem pensar no dia que ele se for, acredite ou não, fiz ele prometer que só morreria quando eu não estivesse em casa. Espero que ele cumpra. Prometi a ele que não terei outro cachorro enquanto ele existir. Durante a vida dele já existiu a Sara, uma gatinha abandonada pela mãe no forro do meu quarto. Teve também a Lady, que o Tiago matou esmagada. Lady era meu papagaiozinho, que estava trocando as penugens e aprendendo a rir como eu. Durou pouco a bichinha, mas penso nela até hoje. Enfim, um dia terei minha casa. Sempre sonhei em ter um basset hound que correria até mim quando eu chegasse em casa, mas tenho noção que essa atitude não faz o estilo dele. Só quero que meus filhos tenham amor pelos bichos, como eu aprendi a ter.

*Plantas: mais uma loucura minha, mas eu não gostaria de ganhar rosas, nem lírios, nem nada. As flores para mim são perfeitas, criação divina mesmo, mas eu prefiro elas lá, plantadinhas e bonitinhas. Fiquei tão feliz ao perceber que meu pai entendeu isso e me deu um cacto, ao invés de flores. Também acabei aprendendo o valor das plantas para a saúde também. Se alguém chegar aqui hoje e mexer no meu pote, na cozinha, achará minhas cascas secas no sol, para fazer chás e experiências saudáveis!

*Amor: Se tem algo que me encanta em minha própria história são as histórias de amor. Eu sempre gostei muito desse tipo de história, acompanhei várias por sinal, gosto de ler sobre elas (as reais), como a de Parsh e Jai (do livro que estou lendo "A Lição Final"). Enfim, histórias de amor... as minhas eu considero as melhores. Tem quem diga que eu não sei o que é amor, e tem quem ache que eu nunca deixei de amar. Eu garanto: AMO! Pode ser que não seja amor o que eu senti ao longo dos anos, então eu digo: "se não foi amor, é o mais próximo do que eu imagino ser amor". É bem essa verdade. Não tenho medo de assumir, sou romântica, escrevo bilhetinhos, olho a lua e sorrio sozinha. Calma, se alguém me ver fazendo isso não pense que estou apaixonada. Mas sei que os amores que vivi, vivi mesmo e aprendi muito. E se não era amor, foi o mais próximo e mais forte. E no dia que sentir o que chamam de amor, espero sobreviver! Hoje eu garanto: vim, vi e vivi! Valeu a pena, escrevi minha história e cresci muito. Simplesmente, amei.

*Saudade: esse é um sentimento que desde muito nova aprendi a sentir. No início doía muito, cheguei a pensar diversas vezes que eu não suportaria e morreria. Olha no que deu, estou aqui, bem sadia e forte. A saudade é parte de mim, é impossível separar Talita de saudade. Tem dias que ela insiste em bater mais forte, e eu tento ter calma e sensibilidade para sentir ela dentro de mim. Depois de um momento de reflexão, eu consigo contorná-la e seguir meu dia. Em 22 anos, uma das maiores lições da minha vida é que saudade existe e não é pecado eu sentir ela doendo no meu peito.

*Transformações: raríssimas pessoas podem avaliar as mudanças que aconteceram ao longo desses 22 anos. Até porque as pessoas mudaram, e eu mudei junto. Eu posso até ir me transformando, mas quero muito, e de todo meu coração, nunca mudar a minha essência. Quero continuar sendo aquela criança alegre, que pulava de colo em colo. Quero continuar espontânea, sensível, pulando os desafios e brincando. Quero apenas continuar sorrindo, mesmo que algumas coisas acabem se transformando.

*Deus: esse "formato" de Deus de igreja, eu convivi desde pequena. Demorei uns bons anos até entender quem Ele era, e um dia, vendo a amiga da minha mãe orar eu tive a curiosidade de saber mais sobre esse Deus que ouvia orações que vinham lá da alma. Bom, a curiosidade bateu, fui lendo a Biblia, e que estranho, Ele falou comigo. Essas expressões cristãs até hoje me incomodam um pouco, mas não sei me expressar de outra maneira. Até hoje eu e Ele travamos umas lutas muitas loucas. Tem dias que eu olho pra Ele e digo: me desculpa, mas eu não consigo. Loucura, mas é como se Ele olhasse para mim e apenas sorrisse, como quem diz "você sabe que consegue, só está com preguiça". E Ele sempre tem razão. Hoje, eu não estou nenhum pouco perto do que eu quero ser com filha dEle, e tenho consciência disso. Eu fico muito triste quando percebo que não sou filha que deveria, que eu posso ser melhor e não saio do lugar onde estou. Eu só quero poder chegar no ano que vem e dizer que consegui dar pelo menos um passo na minha fé. Ele já tem me dado motivos suficientes para eu confiar nEle e colocar os dois pés na água, sem duvidar.

Futuro: o futuro sempre foi algo que me incomodou. Não é de hoje, mas foram anos e mais anos da minha vida preocupada com ele... Bobeira minha, porque o futuro nunca chega! Quantas vezes fiquei frustrada porque anulei minhas vontades, preocupada com o futuro, com o que estava para chegar. Não valeu de nada. Aos 22 o futuro ainda gera certo incômodo em mim, ainda mais quando as pessoas insistem em querer se meter e dizer qual o melhor caminho para a minha vida! Sou chata mesmo, ainda mais com a minha vida. Entendi que para pensar no futuro preciso ser um pouco egoísta, pensar um pouco nas minhas intenções, me preocupar menos, me desgastar menos, pensar menos nos outros, e poupar mais. Na realidade eu só entendi, ainda não sei como colocar em prática. Por enquanto estou feliz em saber que o futuro tem gerado menos ansiedade em mim do que geraria em outras épocas. Será isso o que chamam de maturidade?

*Sonhos: os sonhos dormindo, esses eu raramente tenho! Sonhar acordada sim, é quase um vício. Desde pequena, quando brincava sozinha com minhas bonecas, meus diálogos aconteciam todos na mente, em silêncio real, em barulho mental. É a minha maneira de sonhar, acordada, olhando e captando novos adereços para minhas ilustrações mentais. Disse que estou aprendendo a sonhar, e estou mesmo. Passei boa parte da minha vida sonhando os sonhos dos outros, anulando meus sonhos pelos outros, me esforçando para que outros realizassem seus sonhos. Não estou dizendo que me arrependo de ter feito isso, para ser muito sincera, faria tudo novamente se tivesse oportunidade. Mas finalmente estou aprendendo a sonhar os meus próprios sonhos. Quais são meus sonhos? Nos últimos dias só sonho com minhas férias! Também não vejo a hora de começar e terminar a faculdade, porque meu sonho de ser quiroprata vem logo em seguida. Tenho sonhado em viajar, não sei se por prazer ou por chamado, sei que quero ir, para China, para Índia, talvez para o Tibet, Espanha ou Cuba. Também sonho com a minha família, há alguns anos vizualizo meu filhinho (muito parecido com meu afilhado), correndo com suas perninhas grossinhas, seus cachinhos pretos, rindo alto e se divertindo. Sonho de ser mãe, mãe desse menino lindo! Sonho com minha casa cheia de gente, sonho com meu primeiro quarto, morando sozinha, sonho com novos murais de fotos, sonho em ter um pouco de dinheiro para comprar algumas futilidades que eu gosto, sonho em ter novos amigos, novos amores, novas histórias. Sonho em continuar sendo assim para sempre...ou sonho que ainda vivo meus eternos 15 anos. Sonhos não me faltam, cada dia surge um novo. E não me entristece saber que existe a possibilidade de não realizá-los, fico suficientemente feliz porque já vivi todos eles aqui na minha mente! E fico mais feliz ainda porque, se um dia eles vierem a se concretizar, irão muito além daquilo que pedi ou pensei.

*Pessoas: Sigo o conselho dos meus pais para deixar boas marcas. O mundo é muito pequeno e a gente sempre se encontra por ai. Pensava que isso era clichê, alguns anos de vida provaram o contrário e hoje sei que é real. Na minha busca por aprimoramente, espero seguir esse conselho da melhor maneira possível. Quero deixar boas marcas por onde eu passar.

*

Cheguei aos 22...alguns dias me arrastando, outros feliz e contente.
Comemorei o meu dia, da melhor maneira possível.
Queria não estar me sentindo mal, mas consegui parar e analisar.
E melhor, sabendo quais erros não quero cometer e no que eu quero melhorar.
Enfim, estou feliz por saber que até aqui valeu a pena!


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Acupunturista


É gente...
Depois de uma caminhada, razoável no tempo, imensa no sentir, cheguei ao fim de mais uma etapa.
São sensações que só quem viveu pode saber, mesmo que eu tente compartilhar com muitos.

"Deus escreve certo por linhas certas...torto é quem não sabe interpretar".

Essa é uma das frases que tenho gravadas em minha mente, pois diz uma verdade única.
Não imaginei que chegaria onde cheguei.
Pare e pense: já estaria indo para o 5ª semestre da faculdade de fisioterapia.
Faculdade que foi algo que me fez sentir o gosto do orgulho, e gosto que eu fui obrigada a engolir à seco e encarar dois anos aqui, Brasília, estudando acupuntura.

Um dia, buscando cursos, surge um anúncio no jornal.
Eu ligo, eu vou, eu olho desconfiada.
Eu entro em uma sala, assisto 1 hora de palestra.
O diretor diz: aqui não discutimos questões religiosas.
Eu aceito o desafio, me matriculo, começo a estudar.
Meus dois pés ficam bem atrás, as pessoas extremamente diferentes de mim me assustam.
O Senhor me fortalece, o Senhor me protege, o Senhor me sustenta.

E assim os semestres foram passando...
Mudando radicalmente os conceitos que já tinha.
Descobrindo que além de estudar, precisava me preparar para uma luta em outro campo, além desse visível aqui.
Aprendendo que mais do que absorver os ensinos, era preciso descobrir as bases, fundamentos, para não crer em algo que contrariasse meu Deus.

Não foi fácil.
Chorei, pensei que não daria conta.
Risquei meus braços e pernas. Gastei meu pulso escrevendo trabalhos.
Gastei dinheiro que nem é meu. Comprei livros no mercado negro.
Usei da boa vontade dos amigos para meus experimentos.
Tive medo de errar nos pacientes até que a segurança tomasse conta de mim.
Ouvi muitas coisas, muitas palavras para me desmotivar e de quem duvidou da minha fé e da minha parte na família de Deus. O pior era ouvir comentários desse tipo de pessoas que eu esperava apoio.
Também ouvi muitas ofensas, muitas piadas, muito preconceito e falta de conhecimento sobre a fé que eu sigo, a fé no único Salvador desse mundo.
Calei, engoli sapos, me irei, sofri (de verdade), me senti mal, muito mal, entendi o significado de opressão.
Duvidaram de mim, muitas vezes. Já acharam que me tornei bruxa, cigana, vidente.
Alguns ainda duvidam, alguns ainda brincam, alguns não levam a sério e não entendem a seriedade que isso tem.
Outros não tem idéia de quão profundo posso ir e descobrir sobre suas vidas, e coisas que jamais mexerei, ainda mais sem ser convidada. Segredos que eu jamais revelarei, ainda mais sem o apoio e retorno de quem busca cura.
Lutei muito, cansei meu físico com lutas lá do mundo espiritual.
Vi vários tipos de macumbas, alguns até acham que fiz parte delas.
Passeei por religiões, seitas, filosofias, segmentos, ordens, ou como você quiser chamar, das quais nem sabia que existiam...Passeei, mas não me contaminei. Passeei, mas não fui atingida.
Mesmo que não acreditem, mesmo que minhas expressões não passem a devida confiança, eu continuo a mesma, minha fé em Deus permanece a mesma, não estou contaminada por nenhum tipo de misticismo ou magia.
Na verdade tudo isso fortaleceu e firmou minha fé.
Não me importa se fui escolhida ou se escolhi por Ele. Importa que minha fé cresceu, saber que creio no Deus acima dos outros deuses, Deus que deu a imaginação para incrédulos criarem seus próprios deuses...Deus que não preciso de atalhos para chegar lá. Que não preciso usar nada para enxergá-lo, Alguém que não preciso esvaziar minha mente, mas encher com tudo que é bom, perfeito, agradável, santo e puro.

Foram meses sem me desligar de tudo que aprendi. Na verdade acho que será impossível.
Não estudei medicina chinesa, passei a viver medicina chinesa!
Fui contagiada por algo que sei quem é o Criador, e aprendi a separar as deturpações que existem nesse meio.

Aprendi a respeitar pessoas diferentes de mim, aprendi a respeitar os seus conceitos e entender suas crenças. Com o tempo também, comecei a ser respeitada no meio dos meus colegas. Com o tempo, aprendi a cativar pacientes e juntos buscarmos a cura.

Eu tenho muito a agradecer à Ele, que me protegeu em todo o tempo. Que me deu o sono na hora das metidações e me despertou quando elas chegavam ao fim. Que não me permitiu ser contagiada por odores nem ver espectros nas cores. Que me ajudou a fazer alongamentos ao invés de limpezas em campos energéticos. Que me encorajou a apagar velas que hoje em dia não se acendem mais no ambulatório. Que me deu reações alérgicas durantes aulas práticas para eu não me contaminar por algo que "expulsa" maus espíritos. Que me fez suportar ver símbolos que vão contra a criação dEle. Que me ajudou a manter a calma quando lia ensinamentos bíblicos adaptados por homens, como se fossem grandes mestres. Que me fez chegar inteira ao final do curso, crendo que esse meio de cura que Ele criou é parte do meu chamado, e eu não posso desistir enquanto não houver terminado.

Eu tenho muito a agradecer aos meus pais, que desde o início me apoiaram, investiram, puxaram minhas orelhas e mandaram eu estudar. Que me lembravam que eu precisava comer quando eu passava horas trancada no quarto estudando, e que não me recriminaram quando eu optei por esse caminho. Agradeço aos meus pais, que mesmo sem acreditar na acupuntura, confiaram em mim e chegaram até aqui comigo, e hoje, após testarem e comprovarem, sabem que essas técnicas são eficazes (mesmo que as vezes seja necessária a palavra de um médico para confirmar algo que eu digo há meses)!

Agradeço as orações, que me mantiveram durante todos esses meses. Orações que não cessaram em meu favor e que foram preciosas para que eu não desistisse, para que eu me recuperasse das surras espirituais, e para que eu continuasse firme na luta. Orações Deus ouviu, e me guardaram de toda maldade e injustiça, que abriu meus olhos para separar o joio do trigo e que fez a maioria das minhas avaliações resultarem em verdadeiros milagres (principalmente na época do Terceirão).

Sou muito feliz pelos amigos que o Senhor me concedeu nessa estada aqui. Amigos mais chegados que irmãos, que agüentaram pacientemente (ou não), meus assuntos aparentemente sem nexo, mas que são absolutamente lógicos e reais. Amigos que se voluntariaram, mesmo quando eu sabia apenas colocar sementes nas orelhas (algo que hoje eu amo), e deixaram eu fazer testes, criar protocolos e avaliar quais os melhores resultados para cada caso. Amigos que deixaram eu pegar seus pulsos, ver suas línguas, cutucar suas orelhas, descobrir seus segredos, desvendar seus mistérios e muitas coisas das quais eu morrei sem contar, apenas para praticar mais daquilo que estava muitas vezes, apenas na teoria. Sou grata aos meus amigos que deixaram eu aplicar agulha, tentar achar pontos, dar choques e sentir prazer nisso. Não teria chegado onde cheguei sem a prática exaustiva, e os apelos de vocês para ajudar em casos que hoje considero simples.

O meu obrigada aos pacientes que confiaram sua saúde nas minhas mãos, acreditaram que eu sabia o que estava fazendo, que estava aplicando as agulhas ou sementes certas nos lugares certos e que o resultado seria bem estar e equilíbrio. Obrigada aos que pagaram e me ajudaram a pagar minhas contas e comprar os materiais que precisei.

Ainda não sei onde vou parar com tudo isso. Quem sabe um dia compartilhe com vocês minhas viagens pela China, pela Índia, pelos mosteiros tibetanos... Espero que todos estejam comigo, mas fico extremamente feliz e tranquila por saber que, mesmo se vocês não estiverem, Ele estará. E meu pai, que me incentiva todos os dias a ter sonhos, ajuda a fazer minha mente delirar e me imaginar exatamente nesses lugares, fazendo algo que só Ele sabe!!!

Hoje estou vivendo apenas o começo da minha carreira. Estou feliz, não sou o que sonhava ser quando era criança (acho que nenhuma criança diz: quando crescer quero ser acupunturista), mas hoje eu sou, e sou feliz por isso! Sou feliz porque aprendi como ajudar os outros e porque ver alguém bem, alegre e saudável é recompensador!
O espelho que eu via embaçado, Ele está limpando e pouco a pouco posso ver e entender o que me trouxe até aqui.

Estou feliz.
Tenho uma profissão.
Tenho um Deus.
Tenho uma família.
Tenho amigos.
Me formei.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Carta de Amor

Uma carta escrita com muito carinho para minha amiga Maísa.
Uma carta de despedida
Uma carta de amor
Uma carta de sentimentos...
Onde palavras não passarão de palha se comparadas a realidade.


Esta carta pode soar como uma declaração de amor, e talvez seja. De um amor que não teve muito tempo para o relógio dos homens, mas um amor que gravou seu nome nos corações por décadas ainda não vividas.
Talvez quando você chegar eu já tenha ido. Talvez quando eu for, você não tenha voltado. Talvez os km sejam maiores do que pensamos e provavelmente a saudade será maior do que a distância que nos separará.
Mas quem nos separará do amor de Cristo? Amor que inundou meu coração e o seu... e que um dia se encontrou e permitiu nos amarmos? Um amor que foi capaz de tirar a trave dos meus olhos e ver o que existia de mais puro dentro de você. Amor que quebrou conceitos e preceitos de alguém que eu nem conhecia.
Hoje, posso não conhecer tanto, posso ainda não saber seus gostos, encantos e sonhos, mas hoje eu sei que fui lá na sua alma e voltei para dizer sobre a pessoa linda que lá eu encontrei!
Não vou dizer que foi pouco tempo que tivemos, acredito que foi o suficiente. É melhor acreditar assim, é melhor do que pensar que nunca teríamos nos aproximado e vivido tudo o que vivemos.
Prefiro nem saber como vai ser depois, prefiro nem imaginar o que vai acontecer com a nossa amizade aqui na terra. Pode ser que passemos anos sem trocar sequer uma palavra ou que nos tornemos amigas mais íntimas do que nunca. Tenho apenas uma certeza: tudo aconteceu no tempo certo.
Estou em paz porque sei que vivemos intensamente os meses de amizade que Deus nos deu. Fomos em shows, caminhamos e cantamos, oramos, nos tornamos femininas, organizamos festas, assistimos filmes, rimos e rimos muito, nos abraçamos e choramos, fizemos nossos próprios filmes e escrevemos nossa história, talvez até tenhamos queimado nosso filme, mas quem se importa? Amizade é assim mesmo, saber tudo sobre alguém e ainda assim gostar dele, hehehe!
Quero que saiba que em qualquer lugar do mundo onde estivermos, Deus estará ouvindo meu pedido para abençoar e proteger você! E se um dia você pensar que está difícil demais e quiser desistir, peça ao Espiríto Santo para me incomodar até que eu para Ele renovar as suas forças.
O que são alguns meses distante para quem tem a eternidade pela frente? É por isso que nossa amizade é para sempre, cantando em um coral black lá no céu!!!
Amo você

Talita Abi Rios

ps: Espero que consiga usar a plaquinha de auriculo!!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Um dia feliz...as vezes é muito raro.
Falar é complicado, quero uma canção:



Tudo é tão bom, e azul e calmo como sempre
Os olhos piscaram de repente...um sonho!
As coisas são assim quando se está amando

As bocas não se deixam
E os segundos não tem fim.

E um dia feliz as vezes é muito raro.
Falar é complicado, quero uma canção.
Fácil, extremamente fácil
Pra você, e eu e todo mundo cantar junto.

Tudo se torna claro, pateticamente pálido
E o coração dispara se eu vejo o teu carro.
A vida é tão simples, mas dá medo de tocar
As mãos se procuram sós,
Como a gente mesmo quis

(postar essa música aqui não significa estar apaixonada, ou uma música que gosto do Jota Quest. É um simples gesto que diz: "um dia feliz as vezes é muito raro". E hoje é um dia assim, feliz e raro!)