segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Igreja em Gaza



"Todos sofrem, mas compadeço-me em especial das crianças durante esse momento difícil", disse um líder cristão, compartilhando com a Porta Abertas sobre a situação caótica em Gaza.
Ele disse: "As crianças acordam no meio da noite, chorando ou gritando de medo com as memórias que voltam à sua mente. Num confronto anterior, caiu um foguete bem em frente à nossa casa. Muitas crianças foram traumatizadas por conflitos anteriores em Gaza. Elas viram corpos espalhados nas ruas em que costumavam brincar. Agora, tudo acontece de novo".
O líder da igreja acrescenta: "O barulho dos bombardeios é aterrorizante. Às vezes, chamo-os de 'a grande voz' porque são continuos. Você sempre ouve o barulho e nunca sabe qual edifício será o próximo a ser atingido".
Em um email, Suhad Massad, esposa do pastor Hanna Massad e líder do ministério Sociedade Bíblica em Gaza, escreveu: "A igreja (Batista de Gaza) foi danificada quando a delegacia em frente ao prédio da igreja foi bombardeada. Nesse ataque, 40 pessoas morreram, mas a igreja só teve alguns danos. As janelas da biblioteca quebraram, mas nenhum membro da igreja se machucou".
O andar térreo do prédio da igreja (que tem mais cinco andares) foi danificado pela explosão.
O líder cristão acrescenta: "Felizmente, nenhum membro da igreja foi ferido, pois todos estavam em casa. Quase ninguém tem coragem de sair de casa, não se atrevem a ir a qualquer lugar".
Estima-se que há atualmente 2.500 cristãos em Gaza. Em dezembro, muitas famílias tentaram sair da cidade para visitar parentes e amigos na Cisjordânia, a fim de celebrar o natal e fugir do conflito. Mas, de acordo com Suhad Massad: "Só os idosos receberam autorização para sair. Muitas pessoas de 18 a 35 anos não puderam deixar Gaza. Por isso, várias famílias estão separadas, o que é muito difícil. Pauline Ayyad (viúva de Rami Ayyad, gerente da Sociedade Bíblica de Gaza, morto em 7 de outubro de 2007) e seus filhos saíram da cidade em 27 de dezembro, e estão na Cisjordânia no momento".
O outro cristão comenta: "Os que estão em Gaza, por vezes, não tem idéia do que está acontecendo. Muitas vezes ficam sem energia elétrica e, conseqüentemente, sem rádio, televisão ou internet. As pessoas telefonam para familiares e amigos que vivem fora de Gaza para se manterem atualizados sobre a situação da própria cidade".


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Vontade de compartilhar um pouco do que tenho lido nos últimos dias.
Estou profundamente triste com o acidente na igreja Renascer, igreja que eu tenho um carinho enorme e que escândalo algum pode tirar.
A igreja de Gaza que comove meu coração com notícias como esta, postada aqui.
E tantas outras leituras sobre serviço, paixão e dedicação.

Uma nota oficial da igreja Renascer também trouxe grande incomodo ao meu coração, talvez uma extrema emoção . Durante a tragédia, a correria do resgate, os curiosos especulando, as televisões noticiando, jovens da igreja Universal do Reino de Deus (exatamente), estiveram lá levando água, lanche e orações para as pessoas que trabalhavam no salvamento. Esse é o tipo de informação que não dá ibope, mas movidos pelo amor do Senhor, pessoas ficaram preocupadas não só com os feridos, mas com os que trabalhavam e levaram suprimentos materiais e apoio espiritual.

Pequenas atitudes que mudam o mundo, mudam conceitos, mudam pensamentos.
Os irmãos da Universal pertencem a uma seita? Eles vão para o céu só porque derão comida e água em meio à tragédia? Essas perguntas, sinceramente, perderam totalmente a importância.
O telhado da Renascer caiu porque não foi feita a manutenção? O apóstolo e a bispa são ladrões? Não me importa saber a resposta.
A guerra vai acabar? Israel, Ismael, quem vai ganhar? Todos sabemos que nunca haverá paz lá, porque então gritamos que queremos paz?

O meu telhado é o mais remendado, mais sem manutenção que existe. É o mais corroído pelo cupim do pecado e mais reforçado com barras de orgulho e hipocrisia espiritual.
Sou a maior ladra que existe quando pego todas as bençãos possíveis e saio correndo, fugindo do dono de todas elas!
Crio meus proprios rituais e mitos ao longo dos anos, cultivo minhas próprias idolatrias muito mais do que o copo d'água sobre a televisão e a rosa vermelha da terapia do amor.
Como falar em paz quando a busca por guerras está dentro do próprio meio cristão? Quando chamo para a briga meu irmão achando que ele está errado e eu com autoridade posso humilhá-lo pelos corredores da igreja.

Que tristeza.
Minha casa destelhada não é nada, mesmo que pareça muito.
Como disse o pastor Guisseppe: se você dorme 8 horas, comece a dormir 6.
É tempo de aproveitar os sofrimentos para gerar crescimento.
É tempo de aproveitar os dias para amadurecimento.
É tempo de usar as experiências como preparação dos dias que hão de vir.
É tempo de calar e ouvir o que vem do alto.
É tempo de falar sobre as coisas do alto aqui embaixo.
É tempo de usufruir bem desse tempo.

É tempo de eu ficar bem quietinha com minhas opiniões infudadas e ouvir o coração do Mestre que bate por mim, na mesma intensidade que bate para qualquer ser humano na face da terra, seja qual for a placa que ele carrega no pescoço...
É tempo de tirar o pé que ainda me firma no chão e confiar no colo do Pai.

Não são as respostas de perguntas que me levarão para perto dEle. É o meu coração unido ao coração dEle, que nunca desistiu de mim.

2 comentários:

Joun disse...

e unir o meu coração ao dEle é tão simples, só querer, mas eu complico tanto...

saudades *;

Pri disse...

Eu também tive essa impressão. Durante a cobertura da queda do telhado todos os canais, principalmente a globo, ficavam acusando e ironisando os pastores que ali estavam, os bispos e tal...mas aí um fato não teve como se calar, e qualquer acusação deles caiu por terra nesse momento. O repórter sem graça falou "O hospital anunciou que nunca se houve tanta procura para doação de sangue"
vixxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
é o que eu quis dizer...
Danem-se esses que querem ganhar com as tragédias...
Eu quero é aprender...e aprendi mto com o seu texto...como sempre!